O SIPE, no dia 26 de Janeiro, pelas 10horas vai reunir com o Ministério da Educação para discutir a proposta de alteração ao actual modelo de autonomia, administração e gestão nas escolas.
Esta proposta de alteração é considerada urgente pelo sindicato tendo sido condição para a assinatura do acordo assinado com o ME a 9 de Setembro.
A falta de democracia nas escolas e o excesso de concentração de poderes no director são as principais razões que justificam uma revisão urgente ao actual modelo.
Actualmente são inúmeros os docentes que se sentem intimidados pelos directores e estão sujeitos a pressões pouco razoáveis tais como marcação de actividades, projectos, formação e reuniões para muito além do horário de trabalho. Em caso de recusa, o professor é prejudicado na avaliação.
Temos casos de abertura de processos disciplinares a professores por causas que não são devidamente justificadas. E ainda "a constituição de lobbies dentro dos agrupamentos com os 'eleitos' do director, que por sua vez pressionam os colegas para agirem em conformidade com as políticas da direcção".
Este modelo de gestão coloca em risco o espírito de equipa e o trabalho colaborativo. Muitas são as situações em que os coordenadores trabalham para os directores e não com os colegas. Temos também tido queixas de que, em alguns agrupamentos de escolas, os coordenadores são obrigados a ser verdadeiros fiscais do sumário e do livro de ponto.
A falta de transparência e o excesso de poder atinge o cúmulo em algumas escolas com directores a contratarem a sua própria família e amigos mais chegados ou a rejeitarem uma docente porque… está grávida!
Actualmente a Lei permite que o director nomeie os coordenadores que, por sua vez votam, em Conselho Geral, no director! O sistema está viciado. Pretendemos o retorno da democracia e da participação nas escolas. E isso só com “directas” ou seja com eleição do director e dos órgãos intermédios de gestão através dos votos de todos os s docentes, representantes dos pais e pessoal não docente do Agrupamento. As escolas não são um clã nem um negócio de família e há regras que, em democracia, têm de ser cumpridas.