Os cortes na Educação poderão passar pela eliminação da disciplina de Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) do 9.º ano de escolaridade e pela separação curricular de Educação Visual Tecnológica. O Sindicato Independente de Professores e Educadores (SIPE) anda a reunir-se com os docentes das disciplinas para perceber o que pensam os profissionais das hipóteses anunciadas por Nuno Crato, numa recente entrevista. O SIPE assume a sua posição e está contra uma reforma curricular "que prejudica gravemente a qualidade do ensino e aumenta brutalmente o desemprego docente".
Para Júlia Azevedo, presidente do SIPE, "o fim do par pedagógico pode provocar uma redução de 6500 horários no 2.º ciclo com implicações ao nível pedagógico, didático e social. A disciplina de EVT é garantia de uma educação integral e não podemos subestimar a importância desta disciplina e reduzir a educação a números e letras". A retirada das TIC do 9.º ano é igualmente contestada. "Em segundos, passamos do Magalhães ao ábaco, ou seja, do 80 para o 8. Se por um lado a aposta no Magalhães foi despesista, a retirada da disciplina de Informática revela-se um retrocesso na educação". "É uma fatura demasiado pesada", acrescenta a dirigente sindical.